Friday, November 12, 2010

Expo LETRAS



O homem sempre teve a necessidade de se expressar, antes mesmo do idioma o ser humano já usava ferramentas para se comunicar. Observando pinturas rupestres podemos notar que faz parte da nossa natureza expor nossas ideias transformando o meio onde vivemos. Na história da humanidade podemos notar diferentes maneiras de uso para a escrita nas ruas. Os romanos escreviam poesias, propagandas políticas e até xingamentos pelas ruas, os padres inquisidores escreviam nas paredes de igrejas “hereges” na Idade Média, e tornou-se comum ver mensagens de protestos políticos escritas nas paredes. Por onde o homem passou fez questão de deixar sua marca.
 Muita coisa aconteceu entre as cavernas onde o homem descobriu os pigmentos e as ruas de NY na década de 60, onde começaram a aparecer os primeiros traços do graffiti.
Inicialmente como “tags” (o que no Brasil é chamado de pixação) o movimento do graffiti se espalhou pelo mundo como uma nova expressão do homem, depois surgiram os “throw up” que são letras um pouco mais trabalhadas com até 3 cores (chamadas aqui de “bomb”) até que chegaram a um novo estágio, saindo um pouco do vandalismo e entrando mais para um estágio artístico criando “pieces”, que são letras ricas em detalhes e acabamentos especiais, o grafiteiro passou a ter mais sensibilidade e passou a usar no seu trabalho elementos que hoje fazem parte da identidade das ruas. Atualmente existe algo em comum nas grandes capitais do mundo. Transitando pelas ruas observa-se as cores vibrantes, a caligrafia gestual, as letras entrelaçadas, o movimento dos traços, independente do país, reconhecemos a força do graffiti que se reinventa a cada dia, mas nunca perde suas origens.
Selecionamos quatro artistas para expor esse universo na exposição LETRAS na Homegrown. SWK, JOU, OZON e GLOYE possuem um trabalho bastante representativo nas ruas do Rio de Janeiro, mantendo sempre a essência e as origens da linguagem universal do graffiti.
Marcio SWK, um dos fundadores do Santa Crew e integrante da FBC e ACL, teve seu primeiro contato com o graffiti no ano 2000 nas ruas do bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro, bairro onde nasceu e vive até hoje. Único brasileiro convidado a fazer parte do The Exchange Project, projeto esse onde se encontram tops da cena do graffiti mundial. Expôs seus trabalhos na 1ª Bienal Internacional de Graffiti, Belo Horizonte 2008; Casa Forum, Rio de Janeiro 2009; Berlim Exchange, Alemanha 2010. O artista já trabalhou com grandes marcas e é sócio educador.
 Ozon pinta nas ruas desde 2004. Também conhecido como Açaí e Coes, ele pinta exclusivamente letras. Integrante da Academia Carioca de Letras, Kings Destroy (Bronx, NY), Crime On Earth (Alemanha) e Till We Die (NY), seu estilo de letras é influenciado pelo estilo de Nova York, porém com o seu próprio toque pessoal. Já foi publicado diversas vezes na Revista Graffiti brasileira e, como designer gráfico, fundou dois escritórios independentes, mas agora trabalha como freelancer.
 Jou também é fundador do Santa Crew e integrante da Academia Carioca de Letras (ACL). Desenvolve a atividade de ourives misturando a estética das ruas no design das suas jóias. Além de dar aula há 3 anos no Clube Campestre no alto Leblon.
Gloye é um artista onipresente nas ruas cariocas, está espalhado em tags, bombs e pieces por todos os lados, sua sede de muros e sua coragem de enfrentá-los coincidem com a sua dedicação para criar e expressar suas ideias em outros meios além das paredes.

Expo Letras
De 16 de novembro a 04 de dezembro de 2010.
Abertura: terça feira, 16 de novembro de 2010 as 19h.
Realização: HOMEGROWN Suporte Underground
Curadoria: Bruno Big